Uma pesquisa realizada na Rússia, divulgada nesta terça-feira (22) pelo Instituto Levada Center, de Moscou, revela algumas coisas importantes na memória histórica do povo russo.
A primeira delas é a valorização dos governantes russos que, ao longo do século 20, defenderam a nação; a outra é a alta aprovação dos governantes comunistas; finalmente, transparece a condenação e o repúdio daqueles que traíram a Pátria e o socialismo.
Os números são expressivos. O tzar Nicolau, que governou até a
revolução russa de 1917 e conduziu o país durante duas guerras de grande
envergadura (a guerra russo-japonesa de 1905 e a Primeira Guerra
Mundial), foi visto de maneira positiva por 48% dos entrevistados, mesmo
depois de 95 anos do fim de seu reinado.
Os dirigentes comunistas tiveram aprovação superior a 50%. Lênin, que
governou entre 1917 e 1924 (faz 89 anos que deixou o governo) permanece
na memória dos russos como um bom governante: teve 55% de aprovação, um
ponto abaixo de Leonid Brejnev (1964 a 1982), que teve 56%; Stálin, que
governou entre 1922 a 1953 (deixou o poder ao morrer, há 60 anos) e
comandou a vitória soviética na Grande Guerra Pátria contra o nazismo,
foi aprovado por 50% dos entrevistados, mesmo com toda a campanha de
difamação contra ele promovida pela direita e pelos anticomunistas.
A defesa da Pátria e a construção do comunismo ajudam a entender esta
avaliação positiva. E explica também a repulsa, na outra ponta,
daqueles que traíram o povo e o país. Mikhail Gorbachev (governou entre
1985 e 1991) foi condenado pela imensa maioria dos entrevistados,
ficando com apenas 21% de aprovação; seu sucessor, Boris Yeltsin
(governou de 1991 e 1999) teve avaliação negativa semelhante, ficando
com 22% de aprovação.
O povo não esquece: Gorbachev e Yeltsin promoveram o fim da União
Soviética, do socialismo, e o retorno do capitalismo. Foram os
responsáveis pelas mazelas que o povo russo vive desde então, com queda
acentuada na qualidade de vida, expectativa de vida em queda (era de 70
anos em 1975 e caiu, depois da volta do capitalismo, para 65 anos em
2007), vida insegura e criminalidade ascendente.
Isso não ocorria antes de 1991, quando a União Soviética e o
socialismo foram destruídos por Gorbachev e Yeltsin. A avaliação
histórica feita pelo povo é implacável! E esclarecedora sobre o caráter
dos governos e dos governantes.
Fonte: Vermelho
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